Oftalmologia - Perguntas respondidas
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Na parte anterior do olho há um "vidrinho de relógio de pulso" (córnea), única parte externa do olho que é transparente, para que a luz possa atravessá-la. A córnea é aproximadamente esférica (como a calota do antigo Fusca), mas, em pessoas suscetíveis - que COÇAM os olhos habitualmente - ela perde o formato esférico, assumindo formato cônico, com um "bico" (como um chapéu de bruxa, com o bico voltado para a frente). A esta deformação corneana damos o nome de "ceratocone".
Ceratocone evolui em 4 estádios. No primeiro (incipiente) a deformação é pequena. No quarto estádio (avançado) a deformação é tal que exige transplante da córnea...
Ceratocone não é corrigível por óculos. Nos estádios iniciais do ceratocone, a correção se faz por lentes de contato RÍGIDAS, ou DURAS (em alguns casos pode-se tentar implante de "anel intra-estromal"). Nos estádios avançados a lente de contato não se estabiliza sobre a córnea deformada, e portanto não se aplica - exigindo transplante da córnea - último recurso. -
A córnea, estrutura transparente e localizada na região anterior do olho, perde o formato quase esférico e se torna pontuda. O nome ceratocone já descreve a doença (do grego, kerato=córnea e konus=cone), ou seja, córnea em formato de cone. Ao ser diagnosticada a doença, traçamos 2 objetivos:
1-MELHORAR A VISÃO: tenho vários pacientes com ceratocone e boa visão com óculos. Quando os óculos não trazem boa visão, tenta-se as lentes de contato rígidas. Hoje em dia, temos uma gama enorme de lentes especiais, feitas para ceratocone, que trazem ótima visão e conforto na maioria dos casos (procure sobre lente de contato escleral para ceratocone, são fantásticas). Quando a lente de contato não é tolerada pelo paciente, indica-se o anel intracorneano (para após o anel, tentar melhorar a visão com óculos ou lentes gelatinosas). Em casos avançados, com perda da transparência da córnea, indica-se o transplante de córnea. A lente esclera tem tirado muita gente da fila de transplante e vem devolvendo boa visão e qualidade de vida para estes pacientes.
2-ESTACIONAR A DOENÇA: quando o paciente é diagnosticado, deve refazer os exames (topografia ou tomografia de córnea -pentacam ou galilei) a cada 6 meses e, se não está tendo avanço da doença, repete-se anualmente até os 35 anos de idade, aproximadamente, pois com esta idade a doença não costuma avançar mais.
Se houver progressão, indica-se o crosslinking de córnea, seguindo os critérios de segurança para o procedimento, estabilizando ou diminuindo a velocidade de progressão da doença.
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Existe uma condição que se chama hiposfagma. São sangramentos que ocorrem a partir de vasos sanguíneos localizados na região subconjuntival (abaixo da membrana que recobre o globo ocular). Esse sangramento pode ocorrer espontaneamente ou algumas vezes quando coçamos os olhos e temos pequenos traumas que não notamos.
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Seu relato sugere "aura" de enxaqueca. AURA é um conjunto de sinais que precedem a crise enxaquecosa (como manchas cegas, ondas, zig-zag, visão de teias de aranha frente aos olhos e outros fenômenos visuais). Se foi episódio isolado, não exige grandes investigações, mas, se habitual ou repetitivo, convém esclarecer em exame com seu clínico de confiança.
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Dor ocular forte, seguida de alteração de campo visual pode significar uma crise aguda de glaucoma. A avaliação da pressão intra-ocular por um especialista em oftalmologia é mandatória para excluir esta patologia que poderá ser irreversível.
Faça um exame oftalmológico para descartar qualquer alteração oftalmológica.
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O estrabismo, em algumas situações, pode parecer nulo quando o paciente está fixando um objeto com um dos seus olhos dando a impressão de olhos alinhados. A idade do paciente influencia muito no prognóstico visual após a correção para evitarmos o que chamamos de "ambliopia" na oftalmologia.
A melhor conduta a ser tomada é procurar imediatamente um oftalmologista especializado em estrabismo para avaliar seu filho, fazer o diagnóstico do problema visual e traçar a melhor conduta. -
Olá!
O quadro descrito na mensagem sugere o que chamamos de Exotropia Intermitente, um tipo de estrabismo. Mas, é importante que o diagnóstico seja realizado através de uma consulta com um oftalmologista especialista em ESTRABISMO. Os quadros vão desde crianças que raramente manifestam, a outras que manifestam frequentemente e evoluem a um desvio fixo. É relevante salientar que o estrabismo, além do prejuízo estético, pode prejudicar o desenvolvimento da visão da criança (ambliopia), o que pode se tornar irreversível se não for precocemente tratado. O tratamento do estrabismo irá depender das características particulares de seu filho.